O calor, o biquíni molhado, o cloro, a areia, a transpiração… tudo parece conspirar contra o frágil equilíbrio da nossa flora vaginal. E, quando menos
Verão e infeções vaginais: o que pode mudar na sua higiene íntima para se proteger?
O verão é libertador. Mas também é traiçoeiro para a nossa zona íntima.
O calor, o biquíni molhado, o cloro, a areia, a transpiração… tudo parece conspirar contra o frágil equilíbrio da nossa flora vaginal.
E, quando menos esperamos, surgem os sintomas: ardor, prurido, corrimento anormal, desconforto.
Mas e se disséssemos que pequenas mudanças na sua higiene íntima podem fazer toda a diferença?
A verdade sobre infeções vaginais no verão
No calor, aumentam os casos de candidíase e vaginose bacteriana. O motivo? Um cocktail perfeito de:
• Humidade prolongada (biquíni molhado + calor)
• Aumento da transpiração
• Roupa apertada e tecidos sintéticos
• Lavagens excessivas ou mal adaptadas
• Relações sexuais desprotegidas
• Uso de produtos agressivos (sabonetes, toalhitas, sprays íntimos)
Tudo isto altera o pH vaginal e desequilibra a flora — o que abre portas às infeções.
O que pode mudar já hoje na sua rotina?
1. Menos lavagens, melhor lavagens
Lavar demais é tão problemático como não lavar. Uma lavagem por dia, com um gel íntimo com pH fisiológico (cerca de 4,5), é o suficiente.
Evite sabonetes comuns, duches vaginais e produtos perfumados.
2. Atenção à toalha e à forma como se seca
Use uma toalha só sua para a zona íntima. Seque-se bem, mas sem fricção — toque suave, tipo “pressão de borboleta”.
3. Mude de biquíni depois do banho
Leve sempre um segundo biquíni seco para a praia. Evite ficar sentada com o fato de banho molhado por horas.
4. Prefira algodão (e folga!)
Roupa interior em algodão e roupas mais largas evitam o excesso de calor e humidade.
Calções apertados, leggins de lycra ou roupas justas devem ser usados com moderação.
5. Hidrate-se e reforce as defesas naturais
Beber água ajuda o corpo a eliminar toxinas.
E os probióticos vaginais (em cápsulas orais ou óvulos) podem reforçar a flora natural, principalmente se tiver propensão para infeções.
6. Após o sexo, urine e limpe suavemente
É um gesto simples que ajuda a expulsar bactérias que possam ter sido deslocadas para a uretra e vagina.
O diário íntimo: o seu aliado silencioso
Se tem infeções recorrentes, durante um mês, anote quando surgem sintomas como ardor, corrimento, prurido, odor.
Inclua:
• Onde esteve (praia? piscina?)
• Que roupa usou?
• Como foi a higiene?
• Se houve relação sexual
• Se estava no período menstrual
Ao fim de algum tempo, padrões começam a emergir. Pode perceber, por exemplo, que sempre que usa um determinado sabão, surgem sintomas.
Ou que a semana após o período é mais sensível. Este tipo de autoconhecimento é poder — e é uma ferramenta essencial para partilhar com o farmacêutico ou médico.
Quando deve procurar ajuda?
Se tem sintomas frequentes, ou se o corrimento for muito abundante, com cheiro forte, ou acompanhado de dor — procure um profissional de saúde.
Nem todas as infeções podem (ou devem) ser tratadas em automedicação.
A nossa zona íntima pede poucas coisas: proteção, respeito e equilíbrio.
O verão pode ser vivido com leveza — e sem desconforto — se estiver atenta aos sinais, e ajustar alguns hábitos simples do dia a dia.
E lembre-se de pedir aconselhamento especializado, há sempre alguém com quem pode conversar sobre isto com total confiança.
Porque saúde íntima é saúde — e merece cuidados certos, na altura certa.